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Mostrando postagens de julho, 2015

SEBASTIÃO BENTO DA FONSECA - O Último Maquinista Ferreirense

Sebastião Bento da Fonseca 2013 “Sete de setembro, berço da minha existência; pátria querida e formosa. Essa data gloriosa , célebre da independência, permita-me a inocência nessa infância descuidosa, para saudar-te orgulhosa, com alma e com reverência. Dom Pedro I com grito, na memória traz escrito e cravado no coração. Tirasse da frente a coroa, ao ver o pássaro que voa, livre amado torrão”. Com a alegria estampada na face, Sebastião Bento da Fonseca, 83 anos, recitou orgulhosamente estes versos por ele nunca lidos, mas que ficaram guardados na sua memória, após, na tenra juventude, há mais de 70 anos, seu irmão, Aparecido B. Fonseca, tê-los recitado. Sebastião Bento da Fonseca, ou Tião, como os amigos próximos lhe chamam, nasceu em 25 de dezembro de 1928, no sítio da Boa Vista, em Porto Ferreira. Filho de João Bento da Fonseca e de Sônia Fonseca de Jesus, teve muitos irmãos: Artur, Osório, Aparecido, João, Olínea, Hortênsia, Maria, Dalvalíne

A Via Anhanguera é nossa! – parte 2

  No início da década de 50, a fim de proporcionar a dimensão da estrutura econômica do município, cita-se os dados do jornal “O Ferreirense”, de 07 de dezembro de 1952, que publicou a seguinte relação de indústrias, comércios e profissões liberais de Porto Ferreira: 3 médicos, 6 engenheiros, 3 advogados, 6 dentistas, 3 farmacêuticos e 31 guarda-livros e contadores; 39 estabelecimentos de fazendas, secos e molhados e ferragens; 1 agência bancária e diversos correspondentes bancários; 18 agentes de seguro e capitalização; 4 corretores; 6 comerciantes de aves e ovos; 31 bares, bilhares e botequins; 13 barbearias; 2 ateliers de fotografia; 3 açougues; 2 escritórios de contabilidade; 3 agências de máquinas de costura e artigos de escritório; 3 farmácias; 3 papelarias e livrarias; 2 postos de gasolina e acessórios de automóveis; 4 salões de ondulações e cabeleireiros; 1 tipografia; 4 leiterias; 4 construtores; 1 cooperativa de consumo popular; 1 fábrica de louças em geral (Cerâmica Por

A Via Anhanguera é nossa! – parte 1

A década de 1950 marcou profundamente a história de Porto Ferreira. A cidade sofreu um rápido desenvolvimento, concentrando-se muitos investimentos em infra-estrutura, amparados pelas ações do Governo do Estado de São Paulo, em virtude do intermédio do ferreirense, Dr. Erlindo Salzano, Vice-Governador do Estado (1951-1954). Certamente, a obra mais relevante do período, para o futuro do município, foi a construção da estrada asfaltada “São Paulo-Igarapava”, conhecida como “Via Anhanguera”. Esta rodovia diminuiu drasticamente o tempo de deslocamento dos produtos e das pessoas entre Ribeirão Preto e São Paulo - um dos principais eixos econômicos do Brasil. Contudo, existiu uma polêmica envolvendo a construção da estrada asfaltada. Relatos orais coletados em Porto Ferreira indicaram que Erlindo Salzano influenciou a mudança do traçado original da rodovia, para atender as demandas ferreirenses, fato que descontentou a vizinha Descalvado, local onde, supostamente, passaria a Via Anhan

Obras de Antonio Paim Vieira pertencem ao patrimônio histórico de Porto Ferreira

Antonio Paim Vieira Um provérbio chinês diz que “os anos ensinam coisas que os dias desconhecem”. Quantos de nós, ferreirenses, cruzaram a Praça “Paschoal Salzano”, na Vila Santa Maria, sem perceber, naquele lugar, uma preciosidade da arte brasileira: um painel de azulejos pintado por Antonio Paim Vieira. Mas quem foi ele e qual a sua relevância para o cenário artístico nacional? Antonio Paim Vieira (1895-1988), paulistano, desenvolveu um amplo e representativo trabalho artístico, abrangendo os campos da pintura, da cerâmica, da decoração e da docência - como professor de História da Arte e de Decoração. Embora não fosse um modernista, participou da Semana de Arte Moderna de 1922, com uma exposição por ele denominada “umas formas extravagantes traçadas no papel”, juntamente com os renomados Mario de Andrade, Manuel Bandeira, Oswald de Andrade, Victor Brcheret, Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Heitor Villa-Lobos, Yan de Almeida Prado, que providenciou, às pressas, as molduras

A herança de João Ignacio Ferreira, o balseiro – parte 3

Estas últimas linhas dedicadas ao processo de inventário de João Ignacio Ferreira procuram relatar o desfecho relacionado aos herdeiros. A Partilha Em 29 de maio de 1879, o Juiz de Órfãos Suplente em exercício, Martiniano Antonio de Azevedo, com os partidores Marcos Henrique Noronha e João Batista Borges, procederam a partilha.  Os bens presentes no inventário somaram Rs. 1:888$000, sendo subtraídas as dívidas passivas, no valor de Rs.191$768 e os custos do processo, calculados em Rs. 150$000, que foram pagos com: vaca de nome Fortaleza e cria – 50$000; vaca de nome Maiada e cria – 40$000; vaca de nome Nircede e cria – 45$000; e um novilho de três anos, chamado Pintado – 15$000. Abatidos os valores acima citados, o monte partível foi de Rs 1:546$232. Este valor foi dividido em 50% para a inventariante, Maria Joanna Roza, e 25% para cada um dos outros dois herdeiros. Thomé Ignácio Ferreira ficou com a quantia de 386$558 mais 131$768 de gastos com o pai, justificados no

A herança de João Ignacio Ferreira, o balseiro. – Parte 2

Em 27 de agosto de 1878, Thomé Ignacio Ferreira pediu para ser juntado aos autos, em razão da procedência do inventário, várias dívidas feitas por ele em auxílio ao seu finado pai, João Ignacio Ferreira, as quais somaram Rs131$768 (cento e trinta e um mil setecentos e sessenta e oito réis), para pagar os custos dos medicamentos, itens de uso pessoal, outros materiais e atendimentos médicos concedidos ao seu pai no leito de morte. Segundo recibo de 7 de junho de 1877, foram gastos oito mil seiscentos e quarenta réis em remédios fornecidos ao falecido, durante a enfermidade. Identifica-se, no mesmo documento, a assinatura de Domingos José de Cerqueira Pinto, quarto boticário de Pirassununga, de acordo com Manoel Pereira de Godoy - os boticários exerciam, na época,  a mesma função dos farmacêuticos, hoje. A Receita Seguidamente, na página 26 do Inventário, encontra-se uma receita fornecida a João Ignacio Ferreira, “morador no porto”: “Assafetida - 4 gramas ; Acido Phenico -

ASPECTOS HISTÓRICOS FERREIRENSES A herança de João Ignacio Ferreira, o balseiro. – Parte 1

João Inácio Ferreira, o balseiro outrora responsável pela travessia sobre o rio Moji Guaçu, tornou-se uma referência local e, por meio do seu nome, este local, que pertencia a Descalvado, ficou conhecido regionalmente. Esta história é conhecida pelos ferreirenses e foi eternizada pelas brilhantes palavras do professor Flávio da Silva Oliveira, que empreendeu uma busca pelos documentos que comprovassem nossas características gerais. Considerando tais colocações, o Museu Histórico e Pedagógico de Porto Ferreira, que justamente carrega o nome do professor Flávio, torna-se uma instituição depositária do nosso passado, pois nele estão contidos o acervo documental e material vinculado ao município de Porto Ferreira. Uma das preciosidades que lá se encontram é o “Inventário de João Ignácio Ferreira”. Graças ao trabalho do professor Flávio, este compêndio de cópias de documentos cartoriais, que totalizam 126 páginas, de 1877 a 1888, chegou até nós. Com uma linguagem rebuscada par